Alembraduras

Lembrei-me de uma coisa.
Ir a uma consulta de rotina ao dentista, ou ao ginecologista não deve ser muito diferente.
Num caso e noutro temos de abrir o que vai ser analisado; antes de sairmos de casa, lavamos sempre o objecto de análise (mesmo que nos outros dias sejamos uns badalhocos, nesse dia até puxamos pelo lustro); temos um certo receio que algo não esteja bem; temos medo que doa e queremos sempre que o cabrão que vai lá mexer seja meiguinho.
Enfim, será que há alguma ligação entre estes dois tipos de lábios?
Vocês devem estar a pensar:
-Oh Almancil, mas o que estás para aí a dizer?
E eu respondo:
-É merda.
O que nos leva para uma outra problemática: o parto.
Hum, não me lembro se já levantei este assunto aqui.´
À cautela, aqui vai milho.
Ah, o parto.
A magia da vida.
A manifestação da natureza no seu estado mais puro. Basimente, as dores, o sangue e o verbo "rasgar" estão sempre presentes.
E muita gente diz:
-"Ah, as mulheres sofrem tanto. Vá lá que existe a epidoral."
Pois bem e o macho?
Não sofre por ter a mulher fechada para obras até os pontos sairem?
Depois, não é só os pontos cairem, porque ainda não se sentem à vontade, ou porque querem deixar passar mais uns dias.
E o gajo?
Mãozinhas para que vos quero, pois claro.
E até quando? Sim, porque no contrato não ficou estipulado nenhum prazo. A gaja é efectiva e esta parte não ficou salvaguardada.
A certa altura, as duas cabeças do gajo baralham-se e o sentimento "amor" já está meio nublado.
Resultado: vai-se a andar na rua e tem-se visões. Um poste de electricidade é uma perna feminina, dois montes de areia são nalgas e uma moita acho que nem preciso dizer o que é.
Depois há o tipo de gajo que diz que a fase das mãos já passou, irrita as suas sementes e corre o risco de coalhar.
Quem é que sofre mesmo nos dias seguintes?
Almancil