quinta-feira, julho 08, 2010

Está calor, ou é impressão das minhas virilhas?


(Hoje, tendo em conta a susceptibilidade de alguns seguidores, não irá ser proferido qualquer impropério neste post. Acho eu.)
Não sei se já repararam, mas está um calor do pénis.
E o que vem logo à cabeça das pessoas nesta altura?
-Praia, esplanadas, gelados, bebidas frescas,...
A praia, um misto de nostalgia e de estupidez e passo a explicar neste post, o porquê da nostalgia (a estupidez ficará para o próximo).
Cada vez (ou pelo menos de vez em quando) que chego à praia lembro-me de quando era mais pequeno e ia à praia com a minha mãe e a minha avó.
Se fossemos de manhã, chegavamos à praia e era a minha mãe a avisar:
-"Ainda não podes ir para a água que estás a fazer a digestão."
Se eu não percebesse à primeira, explicava que podia morrer se fosse para a água a fazer a digestão, se bem que eu vi algumas vezes o meu pai acabar de comer e meter-se no mar para ir buscar a minha bola que foi lá parar por azelhice dos jogadores de 6 anos.
Mas hoje penso, se eu, na altura, apenas tinha bebido uma chávena de leite, que raio de digestão era essa que ainda precisava de uma hora após a chegada à praia?
Uma chávena de leite, masturbação.
Não sei se era a minha mãe que queria jogar pelo seguro e só quando eu fosse urinar é que ela percebia que o leite já lá ia, se queria apanhar sol e não estava com disposição para olhar para mim dentro de água para o caso de eu tropeçar numa pedrinha e atrapalhar-me numa poça quando a maré estava vazia.
Enfim.
Passava a hora, dava o mergulhinho, lá me arrastavam da água, estendia-me numa tolha (para quem me conhece, sim, já usei toalhas minhas)e palmava um paposseco com fiambre e um frutinha. Estranhamente, aqui não precisava de mais uma hora para fazer a digestão. Porquê? Porque perguntava primeiro o que podia comer e ir para a água a seguir. Ora, se a mãezinha quisesse que eu comesse não tinha grandes argumentos. Também não estavamos a falar de uma feijoada.
Se fossemos depois do almoço (eram outros sois e ainda não existiam raios ultra violeta - as loucuras dos anos 80), a conversa era a mesma:
-"Não vás para a água, porque comeste 4 carapaus grandes e estás a fazer a digestão." - com ligeiras mudanças, vá.
Mergulhinho, depois da digestão e lá vinha a tal frutinha, o tal paposseco e um capri sun, ou um Um bongo, esses clássicos que nos acompanhavam na praia.
Hoje, tudo é diferente.
Ninguém se preocupa com a minha digestão (nem a minha mãe, a qual olha para mim com o olhar de missão cumprida e um pensamento "tu é que sabes"), às vezes dá-me a fomeca, mas não há fruta, nem papossecos e penso sempre que da próxima vez tenho de levar qualquer coisa, o sumo deu lugar à mine, muitas vezes negligenciada ao sol, porque não tenho a minha avó para estar sempre a puxar a geleira para a sombra, o guarda sol, deu lugar a nada e se levarmos uma geleira, logo se tapa com a toalha, ou com a t-shirt de alguém (e ainda se admiram que as mines estejam boas para fazer açorda)
E teve a minha mãe tanto trabalho para me ensinar a ir à praia para nada.
Mas por isso inventaram as esplanadas na praia. Pedes uma mini de 1€, 1,50€ e lanchas os tremoços.

Beijinhos no sítio do costume
Almancil

Sem comentários: