segunda-feira, março 22, 2010

Deixem-me urinar


Esta sexta-feira aconteceu algo extraordinário.
Depois de um jantar de aniversário, fomos beber um copo.
Como todo o copo que bebemos tem de sair mais cedo, ou mais tarde, fui à casa de banho.
Não há vez que vá à casa de banho numa noite de copos, que não me lembre de ter visto, numa noite de queima, um rapaz no urinol, com as lágrimas a correrem-lhe pela cara e perguntei se estava tudo bem.
O gajo respondeu:
-"Que desperdício. Tanto tempo a investir para deitar tudo fora. Oh natureza porque és tão injusta?"
Voltando. Entrei no wc e estava cheio. Parecia uma casa de banho de gajas.
Como não estou habituado a filas para urinar, não contei com o tempo de espera e já estava a entrar na aflição.
Passei-me com a espera e ia sair, quando um gajo, o qual se lhe entornassem uma gota de cerveja na camisola entrava em coma alcoolico, disse para esperar.
Agredeci e tentei explicar que não sou gajo de filas para urinar.
O homem agarrou-me o braço e só largou quando vagou um urinol.
Mas que merda é esta?
Claro que seria um desperdício de tempo tentar explicar-lhe que pressionado, quanto muito cago-me, mas mijar está quieto.
Depois, enquanto tentava mijar, o gajo começou a explicar a importância de lutarmos por aquilo em que acreditamos e que não podia desistir ao mínimo contra-tempo.
Oh santa punheta. Como é que alguém consegue mijar naquelas condições?
Lutar pelo meu direito de mijar? Oh please, basta um arbusto e a ausência de alguém a explicar-me que tenho de lutar pelo direito ao arbusto.
Nada como um amigo meu que consegue mijar em qualquer lado.
Ainda me lembro de estar a libertar o mar mediterrâneo numa casa de banho, eu já estar a lavar as mão, faço-lhe uma pergunta e ele sem para de mijar, segurando o Zé Tolas, vira-se para mim e diz:
-"Hã?" - parecia um aspersor rotativo de rega de plantações de cenouras.
Parvoíce? Nada disso. Bebedeira. E talvez parvoíce.
Enfim. Lá sai e meti uma imperialzinha para pressionar a mijadela.
E à segunda vez que entrei no wc já havia espaço.
Ah. Até que enfim.

Beijinhos no sítio do costume.
Almancil

2 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro amigo, esta é uma das vantagens de se ser homem, há fila? Também há sempre em qualquer lado um sitio onde abrir a torneira... Para mim tudo na boa, o pior é cumprimentares alguém numa discoteca/bar, nunca sabes se já foi ao WC e se foi se lavou as mãos, ok podem estar húmidas mas isso prova o que?
É como ir ter com um casal de namorados a casa deles, é pá será que vale a pena dar dois beijos na menina? Sabe-se lá onde andou com a boca? E o menino? Que terá ele andado a fazer?
Eu tinha um amigo em Coimbra que morava sozinho, épa eu não sei porque sempre fiquei convencido que ele batia umas pivias antes de lá chegar, normal, mas será que lavou as mãos?


Grande abraço
Sengo

Anónimo disse...

Sengo: essa é uma dúvida que temos quando vamos à casa de alguém, viva, ou não sozinho e enquanto não pensares que ele talvez tenha usado esse dedo para o espetar no cú de alguma, é uma sorte.
Almancil