segunda-feira, janeiro 21, 2008

Ser ou não ser…


Quando no primeiro ano jurídico, quando não mais passava de um animal inominado, fui acolhido por uma instituição não governamental de nome sui generis Bacantes Tertúlia Cabrae Patriciae Melonis…, na verdade mais parecia uma organização gay recrutando animais, como eu, chegados de um pequeno mundo preconceituoso e ingénuo, fechado sobre si mesmo, anacrónico…incipiente… Volvidos alguns tempos, mudei… Mudei, nas ideias, na postura, na identidade, na pessoa, nos valores, na … formação! Um conjunto de valores sagrados de infância foram postos em dúvida e em causa, esse grupo de pessoas era complexo, uma organização complexa e por vezes pouco entendida pelos seus próprios elementos. Porque acreditava que algum dia iria entender, continuei nesse estranho grupo…Outros não entraram, por iniciativa própria, todavia lembro-me de um em particular que foi determinante na minha construção como pessoa, hoje somos grandes amigos embora ele não esteja próximo de mim, todavia não estava no grupo, mas nem por isso deixamos de privar assuntos, amizade, opiniões, não há dúvida que se da direita mais ranhosa pertencia ao chegar à Faculdade [e ele da esquerda mais ranhosa, ainda], crescemos e ambos contribuímos para um afastamento do ideológico primário, hoje ambos [com algumas divergências, é certo], somos democratas-liberais, sem extremismos, sem direitas lambe-igrejas, sem esquerdas pseudo-ideológicas!!!
No decorrer da licenciatura, tive a honra de ser grão desse grupo, comecei, lentamente, a entender cada um, e, após um primeiro ano muito difícil, encontrei finalmente o que era o espírito bacante e o que era ser bacante… foi muito difícil, mas eu encontrei, e tenho a certeza que, mesmo não sendo o bacante mais perfeito, fui [e sou] bacante, porque encontrei pessoas que afinal, não pedem muito mais que amizade e [mais que qualquer outra coisa] é essa amizade [sem pedir nada em troca] que determina o espírito bacante, mesmo quando estamos ausentes…
Abraço pessoal.

1 comentário:

Anónimo disse...

Essa história do amigo que não está próximo e que contribuiu para te moldar, digamos assim, parece a história do filme "E tudo o vento levou" versão Parque Eduardo VII, à noite.
Almancil