quarta-feira, dezembro 15, 2010
Desabafo de um almoço
Fui convidado para almoçar.
Fantástico. Almocinho de borla, boa companhia, tudo a correr bem.
O almoço era feijoada.
Gosto de feijoada. Continuava tudo a correr bem.
Tintinho e tal.
Optimo.
Reparei que estavam a passar uma travessa com algo que parecia carne frita aos bocadinhos, como entrada, feita pela mãe da minha colega (quando dizem que um prato foi feito pela mãe, ou avó de alguém, parte-se do princípio que é fantástico. Até se formos ao macdonald's e virmos a avó de um amigo a fazer os hamburgueres ficamos logo com a certeza que são de uma vitela da sra. que a mesma fez o pão e que é tudo sadio).
Tirei duas colheres para o prato.
Vou espetar-lhe os dentes e ouço a minha colega dizer que tinha escolhido só os bocadinhos de bofe (para os leigos, é pulmão do porco).
Pensei:
-"Vá lá que tirei só os bocados de febra."
Vai a mãe da minha colega e diz que devia tirar um bocadinho de cachola (figado de porco).
Pensei:
-"Ai mãe. Será que isto é febra?"
Porra.
Era figado.
E eu que gosto tanto de figado como de rebolar nú num campo de urtigas.
E agora?
Vou devolver o que tirei à travessa?
Vou à casa de banho tirar o que está na boca e teimava em agarrar-se à lingua, enquanto esta tentava espulsa-lo pela goela abaixo e deixar de sentir aquele sabor?
Enfim, toca a engolir e a despachar a coisa.
Perguntaram-me se estava a gostar.
Não estava para mentir e disse que não era apreciador, mas que estava bem confeccionado (traduzindo: ai mãe. Nem sei como ficou cá dentro)
Conclusão: depois da goela, o cú que "s'avenha" com ela.
Beijinhos no sítio do costume.
Almancil
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1 comentário:
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