quarta-feira, novembro 10, 2010
Barbeiro e cabeleireiro
(Este post que se segue é pura parvoíce. Qualquer semelhança com a realidade, que existirá de certeza, não é coincidência, mas também ninguém a que barbeiro me refiro. Por isso: hã, hã, hã, hã, hã, hã)
"Famila". Essa Saúde?
Fui cortar o cabelo.
Até aqui o post parece estúpido (e qual é a novidade?), mas vai melhorar. Hum e vai dai, talvez não.
Fui a um cabeleireiro.
É verdade. Um salão com gajas.
Muitos pensarão:
-"Olha para este maricas que vai a um cableireiro em vez de ir a um barbeiro."
Bom, de facto ir cortar o cabelo a um barbeiro é de macho.
Normalmente, os gajos começaram a ir ao barbeiro com o pai e tornaram-se adeptos fanáticos daquele talhante de cabelos.
Corta bem? Corta mal? Isso não importa. O que importa é que é o meu barbeiro de há 30 anos e nunca reparei nessas coisas, pensarão os mais homofóbicos.
Nestes casos de longa ligação e confiança com o cliente, as converas entre barbeiro e cliente tendem a evoluir com os anos.
Até aos 10 anos:
Barbeiro -"Então, vamos lá cortar o cabelo à homem. Agora, é que as gajas não te vão largar? E essas notas? Não mexas a cabeça, senão corto-te uma orelha...
Até aos 17:
Barbeiro - "Oh cabranaço. É para cortar o cabelo, ou os pintelhos? Já bates à punheta, ou tens quem te bata? Queres que suba as patinhas, ou ficam à foda-se?
Até aos 23:
Barbeiro - "Oh paneleirote. Como estamos de grelo? Vocês não podem pensar só em copos que elas andam doidas de fome. E o nosso Benfica que só nos dá alegrias? 5 estrelas.
A partir dos 23:
Barbeiro - "Oh sr. dr. em que posso ajuda-lo? Faz mas é como o Sócratas e senta o cú na cadeira e só sais quando eu disser. Tens comido muitas doutoras?
Sim, as conversas do barbeiro são autênticos livros de instruções sobre o comportamento que o macho deve ter. Não há uma virgula que não tenha cariz sexual, ou futebolístico, ou político, se bem que este último vem no fim e com cara de tristeza e de desânimo, chegando a deixar a barbearia sem ninguém para ir beber uma mini contigo no café do outro lado da estrada.
Esta parte até é menos má. Pior é quando vai com outro e deixa-te à porta à espera que volte e de preferência ainda em condições de cortar o cabelo a direito.
Para além das conversas, o puto é gozado quanse sempre até aos 20.
1º é gozado porque chora e faz birra
2º é gozado porque começa a ter bigode
(Esta fase é horrível. Um gajo está a tentar habituar-se às mudanças do seu corpo e o cabrão só se mete com o bigode que começa a nascer e remata perguntado se já tenho pintelhos. Please.)
Para mim, até certa altura, ir ao barbeiro era um martírio. Depois, passou a ser uma escola, onde se aprende muitas coisas.
A que mais me marcou, tinha eu 13 anos, foi quando o homem explicou-me que e passo a citar "a cona dá peidos."
Eu tinha acabado de descobrir as maravilhas da masturbação e de repente o homem surge com aquela ideia cheia de sabedoria, a qual só percebi anos mais tarde e in loco. Obrigado, Sr. X pela lição, caso contrário, teria pensado que estava a comer uma boneca insuflável e que a tinha rompido, ou aberto o pipo.
Hoje, vou ao cabeleireiro, tenho um grupo de mulheres sorridente a olhar para mim e a cumprimentarem-me.
São muito delicadas a cortar o cabelo (o cabrão do barbeiro virava-me a cabeça como um homem das cavernas, pensando que estavamos no filme "O Exorcista") e ainda lavam-me a cabeça, massajando a mesma.
A maior massagem que tive do barbeiro era quando ele me espetava com uma esponja molhada nos cornos como se fosse lavar um carro.
Quem é o maricas agora?
O que é certo e correndo o risco de ser incoerente, é que aconselho a todos os putos a irem ao barbeiro, pelo menos durante uns anos.
Enrijece o carácter do puto.
Afinal de contas o barbeiro é como o ginecologista do macho. Estabelece-se uma ligação de confiança e pouco interessa se é bom, ou caro. A ligação está criada e pouco mais importa.
Uns abrem os olhos, sobretudo quando percebem que aquele barbeiro só conhece um penteado (normalmente, à escovinha e com a risca ao lado), outros continuam a sua aprendizagem com o homem da lâmina.
Beijinhos no sítio do costume.
Almancil
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6 comentários:
Eu desde os meus 12 anos sempre fui ao Cabeleireiro, mas vou ao cabeleireiro porque o senhor não gosta de cortar barbas e como tal não gosta que o chamem barbeiro, paneleirices, mas no fundo corta o cabelo como um barbeiro qualquer... E muito se aprende com esses artistas do cabelo...
Um abraço
Sengo
Sengo: também tinha a história do teres a cabeça quieta para não te cortar uma orelha?
Almancil
Sim Almancil, mas era díficil não mexer. Com aquelas Gajas todas nuas nos calendários, e aquela bta tão larga. Nem era preciso ter as mãos dentro dos bolsos.
Um Bacante anónimo
E o aproveitar os espelhos para espreitar os decotes das mulheres que lá estavam.
Truque que num cabeleireiro, tem muito mais saída, sobretudo no verão, quando as sras. do salão não usam roupa por baixo da bata. Hum, que ricas vitas que me estão a vir à memória.
Almancil
Amazing... Crazy people... Crazy little guys... That's what you all are... Please make yourself men.... Respectable men... I know, I know, that's really difficult!!!
Finalmente a origem da pergunta que atormenta todos os caloiros virgens. " A cona dá peidos"
ArrigAs
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